Ally e Ryan

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Os idosos na mobilidade urbana - 2


Os idosos no decorrer do processo de inclusão conquistaram o reconhecimento da sociedade. Foram favorecidos, entre outras vantagens instituídas pelo Estatuto do Idoso, com a gratuidade no transporte coletivo urbano, filas preferenciais em bancos e supermercados e vagas exclusivas em estacionamentos. Vitórias conseguidas não como recompensa pela idade avançada, mas como concessão da graça devida a quem muito dedicou sua vida em benefício de seu País.

Mas falta o reconhecimento da população que transita nas cidades a pé ou motorizada. Falta notar sua presença, um pouco lenta, cruzando as calçadas ou atravessando as ruas. Falta parar para conversar com eles, conhecer suas experiências. Quem muito já viveu, pode muito ensinar. Muitos idosos têm morrido em acidentes de trânsito por esperarem que os condutores de veículos cumpram a lei, respeitando a faixa pintada nas vias para a travessia segura de pedestres, e guiando defensivamente. Os muitos anos fragilizam o fio da vida e fazem com que os reflexos, a visão e a audição tão vívidos na juventude, se confundam nos conturbados ruídos urbanos.

A cada ano o número de idosos como condutores de veículos tem aumentado.

O Código de Trânsito Brasileiro, visando uma qualidade de vida para o condutor de veículos compatível com sua idade, estabeleceu no §2º do Art. 147 que o exame de aptidão física e mental seja obrigatório e renovável a cada 3 anos para os condutores com mais de 65 anos de idade. Para os demais, o prazo é de 5 anos. Exigência que demonstra o cuidado do legislador com a saúde e a segurança da pessoa idosa na condução do veículo. O Código também concede preferência a eles no momento da travessia mesmo que, inadvertidamente, atravessem fora da faixa de pedestres. O desrespeito de motoristas e motociclistas em não priorizá-los implica em infração gravíssima e multa (Art. 214, III).

As estatísticas de trânsito têm destacado os idosos entre as maiores vítimas de atropelamentos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, os pedestres representaram em 2006 o maior percentual de mortes em acidentes de trânsito. Morreram 9.220 pedestres (27,4% do total de mortes), sendo que 2.329 tinham mais de 60 anos de idade (25,3%).

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